Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, depôs nesta segunda-feira (8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, onde negou ter deixado de agir contra fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Durante seu depoimento, Lupi destacou que o INSS é uma autarquia autônoma e que as ações de combate às fraudes eram de responsabilidade do órgão, que já havia implementado medidas como a instrução normativa 162 e a criação de um grupo de trabalho com a Dataprev.
O ex-ministro ressaltou que, apesar das iniciativas, a real dimensão do problema só foi percebida após a Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que revelou a gravidade das fraudes. Lupi admitiu que as informações recebidas pela ouvidoria do INSS não refletiam a magnitude das irregularidades, que resultaram em um prejuízo estimado em mais de R$ 6 bilhões para cerca de 7 milhões de segurados entre 2019 e 2024.
A CPMI investiga duas categorias principais de fraudes: descontos automáticos em aposentadorias e pensões em nome de associações e irregularidades em empréstimos consignados. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar, questionou Lupi sobre possíveis falhas na fiscalização e nomeações controversas no INSS, enquanto as investigações continuam para esclarecer a extensão das fraudes e responsabilizar os envolvidos.