No último domingo, 7 de setembro, o presidente argentino Javier Milei enfrentou uma derrota significativa nas eleições legislativas da província de Buenos Aires. Com mais de 95% das urnas apuradas, a coalizão peronista Força Pátria, liderada pelo governador Axel Kicillof, obteve 47,2% dos votos, enquanto a sigla governista A Liberdade Avança ficou com 33,8%. A província, que concentra 40% do eleitorado argentino, era considerada crucial para o governo, que esperava ao menos um empate técnico.
O resultado das eleições reflete um forte desgaste do governo Milei, exacerbado por escândalos de corrupção, como o “karinagate”, que envolvem sua irmã e assessora principal. A popularidade do presidente caiu para 39%, conforme pesquisa da Trespuntocero. Além disso, a crise política se agrava em meio à estagnação econômica e altas taxas de juros, levando o índice Merval a uma queda de mais de 14% em agosto.
Após a derrota, Milei reconheceu o revés e reafirmou seu compromisso com a agenda política que o elegeu. Kicillof interpretou o resultado como um sinal de rejeição às políticas de austeridade do governo, especialmente no que diz respeito a cortes em obras públicas e investimentos em saúde e educação. A eleição é vista como um termômetro para as próximas eleições nacionais em 26 de outubro, onde o governo tentará ampliar sua base no Congresso.