O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta quinta-feira, 5, a fusão entre Marfrig e BRF, formando o novo conglomerado MBRF, que terá um faturamento anual estimado em R$ 150 bilhões. O rei da Arábia Saudita se torna sócio relevante da nova companhia, devido à expressiva participação do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) na BRF. Com essa fusão, Marfrig e BRF integram operações e portfólios, criando um dos maiores grupos do setor alimentício no Brasil e no mundo.
A operação representa um marco significativo para o agronegócio brasileiro, pois a MBRF se posiciona para competir globalmente no fornecimento de proteínas, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A presença do fundo saudita fortalece a capacidade da empresa de negociar em mercados estratégicos, especialmente no Oriente Médio e na Ásia, onde a demanda por proteínas é crescente. O aval do Cade foi condicionado a ajustes para garantir a concorrência no setor, mas não impediu a formação desse gigante do agronegócio.
Analistas consideram que a criação da MBRF é um passo histórico, ampliando a influência estrangeira no setor e abrindo portas para novos contratos bilionários de exportação. A fusão não reduz significativamente a competitividade do mercado, já que outros grandes grupos permanecem ativos. Assim, a MBRF não apenas se destaca pelo volume financeiro, mas também pelo seu impacto geopolítico no comércio internacional de alimentos.