Neste domingo (07), a Polícia Militar do Rio de Janeiro, com o apoio da Guarda Municipal, realizou uma operação de desocupação em um prédio localizado no Centro da cidade. Durante a ação, foram utilizados gás lacrimogêneo e spray de pimenta para retirar os ocupantes, que eram coordenados pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). O movimento alegou que o imóvel pertence à Secretaria de Patrimônio da União e está abandonado há mais de 15 anos, abrigando cerca de 120 famílias, incluindo crianças.
A operação gerou protestos e denúncias de agressões por parte de parlamentares do PSOL, como o deputado federal Tarcísio Mota e o deputado estadual Professor Josemar, que tentaram impedir o despejo. Em vídeos divulgados nas redes sociais, os parlamentares mostram momentos em que foram agredidos por agentes da Guarda Municipal. A prefeitura do Rio, por sua vez, justificou a desocupação afirmando que o local será utilizado para a construção do Centro Cultural Rio África, que visa valorizar a cultura afro-brasileira.
A Secretaria do Patrimônio da União confirmou que parte da área é de propriedade da União, mas destacou que o local destinado ao centro cultural é privado. O Ministério da Gestão e Inovação também se manifestou, informando que a área pertence a um dos imóveis disponíveis para o programa Minha Casa, Minha Vida. A situação gerou um intenso debate sobre direitos humanos e a regularização de ocupações urbanas na cidade.