O Tesouro dos Estados Unidos enviou uma notificação a bancos brasileiros, colocando o sistema financeiro do país em alerta quanto às possíveis sanções previstas pela Lei Magnitsky. Essa legislação permite ao governo americano punir indivíduos e entidades acusados de violar direitos humanos ou praticar corrupção, e as sanções podem variar de multas a restrições severas nas operações financeiras. A situação é crítica, pois a exclusão do sistema financeiro dos EUA inviabilizaria transações em dólar e o uso de serviços internacionais como Visa e Mastercard.
A análise do impacto dessas sanções revela um cenário de incerteza para os bancos brasileiros, que podem se sentir pressionados a reduzir a oferta de crédito devido à falta de clareza sobre as futuras punições. Especialistas, como a analista Mariana Almeida, destacam que essa imprevisibilidade gera aversão ao risco, o que pode resultar em uma retração nos investimentos. O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), responsável pela aplicação das sanções, ainda não esclareceu como procederá com as instituições financeiras brasileiras.
Historicamente, casos como o do BNP Paribas, que foi multado em US$ 8,9 bilhões por descumprir sanções ligadas à Lei Magnitsky, servem como alerta para os bancos brasileiros. A legislação, criada em 2012, permite ao governo dos EUA impor sanções globais, podendo afetar não apenas indivíduos, mas também instituições financeiras que mantenham relações com pessoas sancionadas. A resposta dos bancos brasileiros à notificação do Tesouro americano ainda é incerta, com algumas instituições optando por não comentar o assunto.