Após o Banco Central (BC) barrar a venda do Banco Master ao BRB, a incerteza sobre o futuro da instituição financeira controlada por Daniel Vorcaro aumenta. A venda para o banco público brasiliense era vista como uma solução para socorrer o Master, que enfrenta um modelo de negócios arriscado. Sem um comprador, a possibilidade de liquidação do banco se torna uma preocupação real, embora não iminente.
Luis Santacreu, gerente de análise de instituições financeiras da Austin Rating, destaca que a quebra do Banco Master teria dois principais perdedores: o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e os grandes investidores de CDBs do banco. Com um volume de depósitos de cerca de 50 bilhões de reais no final do ano passado, o Banco Master representa quase metade da liquidez do FGC, que seria acionado para proteger os cotistas em caso de liquidação. Para investidores que alocaram até 250 mil reais nos CDBs, há proteção, mas os que investiram mais enfrentam um cenário complicado.
A situação atual levanta questões sobre a capacidade do BC em avaliar os ativos do Master e a possibilidade de utilizá-los para pagar os grandes investidores. Esse processo, no entanto, pode ser demorado e menos eficiente do que o suporte imediato do FGC. Assim, a continuidade das operações do Banco Master se torna crucial não apenas para sua sobrevivência, mas também para a estabilidade financeira dos investidores e do próprio sistema bancário.