Os Emirados Árabes Unidos (EAU) advertiram Israel nesta quarta-feira (3/9) que a anexação da Cisjordânia representaria uma ‘linha vermelha’ e prejudicaria o espírito dos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Abu Dhabi e Israel. Na Cisjordânia ocupada, a situação continua se agravando, com a Autoridade Palestina anunciando na terça-feira (2/9) ter registrado 1.613 ataques do exército e de colonos contra cidadãos palestinos apenas no mês de agosto.
A declaração dos EAU ocorre em um contexto de crescente violência, especialmente em Hebron, onde o prefeito da cidade foi preso pelo exército israelense e colonos tomaram posse de novas casas palestinas. O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, que defende a anexação total da Cisjordânia, anunciou a retomada de um projeto controverso que fragmentaria o território palestino, sendo amplamente condenado pela comunidade internacional.
Esse aumento das tensões acontece em um momento em que vários países, incluindo a França, planejam reconhecer o Estado da Palestina durante a próxima Assembleia Geral da ONU. A deterioração da situação em Hebron, marcada por confrontos e repressão, reflete um cenário complexo que pode impactar significativamente os esforços de paz na região.