O takahē, ou Tacaé da Ilha Sul (Porphyrio hochstetteri), é uma ave terrestre da Nova Zelândia que foi considerada extinta há cerca de 125 anos, após desaparecer do registro selvagem no século 19. A espécie foi redescoberta em 1948 nas montanhas de Murchison, dando início a um dos mais longos programas de conservação do país. Com plumagem que mistura azul escuro, turquesa iridescente e verde oliva, além de pernas e bico vermelho, o takahē é considerado um “taonga” — um tesouro cultural e espiritual para o povo Ngāi Tahu, tribo maori da Ilha Sul.
Desde a redescoberta, o Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC), em parceria com comunidades indígenas e ambientalistas, promove intensas ações de conservação, incluindo reprodução em cativeiro e solturas em ambientes protegidos. Em agosto de 2023, o DOC e a comunidade Ngāi Tahu libertaram 18 takahēs no Vale de Greenstone, marcando o retorno da espécie ao seu habitat histórico. Atualmente, a população da ave cresceu de cerca de 300 indivíduos em 2016 para mais de 500 em 2023, com um crescimento anual estimado em 8%.
Apesar do sucesso dos programas de conservação, a espécie ainda enfrenta desafios significativos, como a ameaça de predadores terrestres, incluindo furões e gatos selvagens. O DOC continua a implementar medidas rigorosas para proteger os ninhos e garantir a sobrevivência do takahē. Com o apoio humano e o consenso cultural, essa ave pré-histórica tem uma nova chance de prosperar na Nova Zelândia, simbolizando a resiliência da natureza e a importância da conservação ambiental.