O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (2) que há provas concretas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou uma tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Durante sua sustentação oral, Gonet apresentou testemunhos, registros e documentos que evidenciam a existência de planos golpistas, incluindo uma minuta de decreto apreendida na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Gonet enfatizou que os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmam a apresentação de decretos golpistas em reuniões com Bolsonaro. Ele também mencionou planos detalhados para a execução do golpe, como a operação Copa 2022, que visava eliminar figuras-chave do governo eleito, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. O procurador reiterou que as evidências não se baseiam em suposições, mas em documentos e ações concretas dos envolvidos.
O julgamento de Bolsonaro e outros sete ex-auxiliares começou hoje, com a leitura do caso pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Os réus enfrentam acusações graves, incluindo a liderança de uma organização criminosa armada e a tentativa de golpe de Estado. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão, destacando a seriedade das acusações e a necessidade de responsabilização no contexto democrático brasileiro.