O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) abriu uma investigação sobre o Hospital Regional de Samambaia (HRSam) após a morte de pelo menos três bebês entre os dias 31 de julho e 3 de agosto de 2025. O procedimento criminal visa apurar a recusa do hospital em atender gestantes classificadas como prioridade amarela ou verde, que foram orientadas a buscar atendimento em outras unidades, enquanto apenas casos classificados como vermelhos eram atendidos. A promotora Alessandra Morato destacou que o descumprimento da Portaria SES nº 269/2024 é considerado gravíssimo, especialmente quando associado à morte dos bebês.
Desde 2019, o HRSam é monitorado pelo Núcleo Pró-Vida do MPDFT, que atua na prevenção e responsabilização em casos de violação de direitos. A investigação atual inclui a coleta de depoimentos e análise de prontuários para identificar os responsáveis durante o período crítico. Embora tenha havido uma redução nas denúncias contra o hospital entre 2022 e 2023, os casos recentes levantaram novas preocupações sobre a qualidade do atendimento prestado, levando a um aumento nos pedidos de investigação.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) afirmou que atua com transparência e está à disposição para prestar esclarecimentos sobre os casos. A situação no HRSam é parte de um padrão mais amplo de denúncias sobre negligência médica em hospitais públicos do DF, incluindo outros incidentes graves que resultaram em mortes de crianças e bebês nos últimos anos. A investigação do MPDFT terá um prazo inicial de 90 dias para conclusão.

