Em meio a um escândalo de corrupção que atinge a cúpula do governo de Javier Milei, investidores buscam entender os efeitos sobre os mercados argentinos. As eleições legislativas na Província de Buenos Aires estão marcadas para 7 de setembro, enquanto as eleições nacionais ocorrerão em 26 de outubro, renovando metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado. A percepção dos investidores sobre os títulos soberanos melhorou, mas a proximidade das eleições e as investigações sobre corrupção podem gerar incertezas no mercado.
O cenário atual mostra que, apesar da recuperação dos títulos soberanos e da desaceleração da inflação, a política fiscal e monetária da Argentina continua sob escrutínio. O FMI liberou US$ 2 bilhões após aprovar a primeira revisão do programa econômico do governo, mas analistas alertam que a instabilidade política pode impactar a confiança dos investidores. A situação é ainda mais delicada com as acusações contra Karina Milei, irmã do presidente, que enfrenta investigações por corrupção.
As implicações desse cenário são significativas para o futuro econômico da Argentina. Um resultado favorável nas eleições pode reduzir os spreads soberanos e aumentar a demanda pelo peso argentino, enquanto resultados que gerem dúvidas sobre as políticas econômicas podem elevar a volatilidade do câmbio e dificultar a entrada de capital estrangeiro. A comparação com o Brasil de três décadas atrás destaca o potencial de crescimento, mas também os riscos associados à falta de reformas estruturais.

