Com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus marcado para terça-feira (2), a oposição no Congresso Nacional se mobiliza em torno do Projeto de Lei da Anistia. Este projeto, que busca conceder perdão a todos os que participaram de manifestações no Brasil após as eleições de 2022, especialmente os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, é a prioridade da bancada do PL na Câmara dos Deputados. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, confirmou que a intenção é pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), a votar o projeto, que já foi alvo de debates e tentativas de urgência desde sua protocolização em 2022.
A proposta de anistia foi protocolada pelo deputado Major Vitor Hugo (PL) e tem enfrentado resistência, especialmente após embates entre a oposição e a base governista. O projeto recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), mas não foi votado devido à polarização política acentuada pelo julgamento de Bolsonaro. O relator, deputado Rodrigo Valadares (UNIÃO), argumenta que as manifestações pós-eleitorais foram legítimas e que a anistia é um instrumento histórico para pacificação política no Brasil.
As movimentações em torno do PL da Anistia refletem um cenário político tenso, onde a oposição busca reverter a narrativa negativa em relação ao seu apoio ao ex-presidente. A mudança de prioridade do PL, que antes focava na PEC da Blindagem, indica uma estratégia para fortalecer sua posição diante das dificuldades enfrentadas no Congresso. A aprovação do projeto pode ter implicações significativas para o futuro político de Bolsonaro e seus aliados, além de influenciar o clima político no país.