Um estudo recente aponta que a confiança nas vacinas contra a Covid-19 variou conforme o país de origem dos imunizantes, com implicações significativas para a saúde pública. Durante a campanha de vacinação no Brasil, observou-se uma clara preferência por vacinas nacionais, enquanto imunizantes de outros países, como o russo, foram rejeitados em locais como o México. Essa tendência se manifestou globalmente, com cidadãos de diversas nações mostrando hesitação em relação a vacinas estrangeiras, refletindo preocupações sobre qualidade e segurança.
O fenômeno, inédito até então, foi analisado por João Lucas Hana Frade, doutor em administração pela USP, que revisou 52 estudos sobre o tema em 48 países. Ele destaca que, pela primeira vez, a origem dos imunizantes se tornou um fator crucial na decisão dos consumidores, algo que não era considerado antes da pandemia. A pesquisa sugere que essa percepção pode ter sido influenciada pelo ativismo antivacina e pela forma como as vacinas foram divulgadas.
Os resultados indicam que a origem dos imunizantes deve ser levada em conta em futuras campanhas de vacinação, especialmente em contextos pandêmicos. Compreender o efeito do país de origem é vital para comunicações de saúde eficazes e pode ajudar as empresas a posicionarem suas vacinas de maneira estratégica no mercado. Assim, o estudo não apenas elucida as preferências atuais, mas também fornece diretrizes para enfrentar desafios semelhantes no futuro.

