Em Uberaba, Minas Gerais, a terapeuta em neuropediatria Ana Paula Crema ressalta a relevância da presença do pai no crescimento emocional e social de crianças com deficiência. Segundo ela, o vínculo paterno é essencial para o tratamento, pois crianças que se sentem amadas e valorizadas desenvolvem autoestima e habilidades sociais mais robustas. Ana Paula observa que, frequentemente, as mães assumem sozinhas os cuidados, mas a participação ativa do pai é fundamental para o engajamento da criança no processo terapêutico.
A história de Massuo Machiyama Júnior, pai do pequeno Luiz Felipe, portador da Síndrome de Cornelia de Lange, exemplifica essa transformação. Massuo relata que, após receber o diagnóstico ainda na gravidez, sua rotina mudou completamente. Ele destaca que a presença dele nas sessões de terapia não só motiva Luiz Felipe, mas também ressignifica sua própria paternidade, levando-o a valorizar cada pequeno progresso do filho. “Um passo do seu filho tem outro significado”, afirma Massuo.
Ana Paula complementa que o envolvimento paterno vai além do suporte físico ou financeiro; ele é um agente ativo na evolução da criança. A terapeuta e Massuo concordam que a paternidade atípica é uma oportunidade de aprendizado contínuo. Massuo deixa um recado aos pais: “curta sua família. A gente só aprende vivendo”. Na Neuro Habilitar, a figura paterna é vista como parte essencial da jornada terapêutica, contribuindo para um desenvolvimento mais humano e significativo.