A Interpol incluiu na difusão vermelha os nomes de oito foragidos da megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), deflagrada na quinta-feira, 28 de agosto, em São Paulo. A Operação Carbono Oculto é considerada a maior da história do Brasil no combate à infiltração do crime organizado na economia formal, focando no setor de combustíveis e instituições financeiras localizadas na Avenida Faria Lima. A difusão vermelha é um alerta internacional que orienta as polícias dos 196 países membros sobre fugitivos procurados, embora não substitua um mandado de prisão.
Os nomes dos foragidos foram encaminhados à Interpol pela Polícia Federal do Brasil e incluem figuras proeminentes como Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”. As investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) levantam suspeitas de que informações sobre a operação tenham sido vazadas, permitindo que os alvos abandonassem suas residências antes da chegada da polícia. Apesar disso, os endereços mais críticos da investigação permaneceram intactos, e a operação mobilizou 1,4 mil agentes para cumprir 200 mandados de busca e apreensão.
A Operação Carbono Oculto revelou um esquema criminoso que pode ter movimentado R$ 52 bilhões por meio de 40 fundos de investimentos. A Justiça paulista já decretou a indisponibilidade de quatro usinas de álcool e cinco administradoras de fundos, além de investigar 17 distribuidoras de combustível e diversas outras entidades. O desdobramento dessa operação pode ter implicações profundas no combate à lavagem de dinheiro e na desarticulação do PCC dentro do sistema financeiro brasileiro.

