O arquiteto chinês Kongjian Yu vem ganhando destaque internacional ao apresentar o conceito de ‘cidades-esponja’, uma solução inovadora para o manejo de enchentes. A proposta, que já inspira mais de 250 cidades na China, sugere que áreas urbanas sejam transformadas em espaços que absorvem água, em vez de repelir, promovendo um convívio harmonioso com a natureza. Yu, que superou um trauma de infância relacionado à água, defende que a infraestrutura urbana deve ser repensada, substituindo muros e concreto por parques e áreas verdes que funcionam como reservatórios temporários durante chuvas intensas.
As ‘cidades-esponja’ se baseiam em práticas ancestrais que utilizam vegetação e estruturas de contenção para desacelerar o fluxo da água. Em sua visita ao Brasil, Yu apresentou propostas para o Rio de Janeiro, sugerindo a ampliação de espaços destinados à água na Avenida Francisco Bicalho. Ele enfatiza que essa abordagem não é apenas uma inovação moderna, mas uma recuperação de sabedoria antiga que respeita os ciclos naturais e promove um equilíbrio vital nas comunidades urbanas.
As iniciativas de Yu são vistas como vitrine da China no combate às mudanças climáticas, apesar das críticas ao país por suas emissões de carbono. Os parques projetados pelo arquiteto atraem milhões de visitantes e se tornaram exemplos globais de como unir urbanismo e sustentabilidade. Para Yu, a mensagem é clara: “Abrace a água. Deixe a água flutuar”, refletindo uma filosofia que busca restaurar a relação entre as cidades e seus ambientes naturais.