O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para esta terça-feira, 2 de setembro, promete ser um divisor de águas tanto para sua trajetória pessoal quanto para o futuro do Partido Liberal (PL). Com a expectativa de uma condenação por tentativa de golpe, cresce a percepção dentro do partido de que Bolsonaro, já isolado em prisão domiciliar, pode se afastar ainda mais das decisões políticas centrais. Nesse cenário, Valdemar Costa Neto, dirigente nacional da sigla, deve reassumir o controle da legenda, mas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também busca espaço e influência.
A dinâmica interna do PL se complica à medida que Eduardo Bolsonaro ameaça deixar o partido caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se filie ao PL. A relação entre eles é delicada e pode impactar as articulações para as eleições de 2026. Enquanto isso, Michelle tenta construir sua própria rede de apoio em estados estratégicos, como Paraíba e Goiás, onde a definição de candidaturas ainda é incerta. A cúpula do PL busca evitar os erros do passado e centralizar as negociações para fortalecer suas alianças regionais.
Com a iminente condenação de Bolsonaro, o PL enfrenta um dilema: ganhar autonomia nas negociações ou mergulhar em disputas internas. As figuras de Valdemar, Michelle, Eduardo e Tarcísio emergem como protagonistas nesse novo xadrez político, mas nenhum deles possui o mesmo peso que Jair Bolsonaro tinha. O desfecho do julgamento pode acelerar a definição sobre quem ocupará o espaço de liderança na direita brasileira e como o PL se posicionará nas próximas eleições.