Cúpula em Tianjin une Xi, Modi e Putin contra a ordem dos EUA

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

A cidade portuária de Tianjin, no leste da China, se transforma neste fim de semana em um importante palco geopolítico com a realização da cúpula de segurança da Organização de Cooperação de Xangai (OCX). Sob a liderança do presidente Xi Jinping, o evento conta com a presença do primeiro-ministro indiano Narendra Modi e do presidente russo Vladimir Putin, simbolizando um alinhamento estratégico entre três potências fora do eixo ocidental. A cúpula é acompanhada por um desfile militar em Pequim, que exibe novos mísseis e caças, reforçando a mensagem de que a China busca se afirmar como um centro de influência global menos dependente dos Estados Unidos.

O encontro ocorre em um momento delicado para as relações internacionais, especialmente após os recentes conflitos comerciais entre Índia e Estados Unidos. Modi, que havia se aproximado de Washington sob o governo Biden, agora enfrenta incertezas sobre a confiabilidade dos EUA como parceiro estratégico, especialmente após a imposição de tarifas sobre produtos indianos. Durante a cúpula, Modi expressou interesse em reduzir tensões com a China e discutiu questões fronteiriças com Xi, que enfatizou que as disputas não devem definir o relacionamento bilateral.

A ausência de líderes ocidentais na cúpula, exceto pelo primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, reforça a intenção de Pequim em promover a OCX como uma alternativa ao domínio ocidental. Criada em 2001, a organização agora abrange uma ampla gama de cooperação além da segurança, incluindo áreas como energia e tecnologia. A cúpula em Tianjin não apenas solidifica os laços sino-russos, mas também representa uma tentativa de Xi Jinping de explorar o desconforto global com os EUA para reposicionar a OCX como um fórum independente e relevante no cenário internacional.

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