Governo apresenta orçamento de 2026 com previsões otimistas e críticas de especialistas

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O governo brasileiro apresentou na última sexta-feira (29) ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026, que prevê um superávit primário de R$ 34,3 bilhões, representando 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O orçamento inclui projeções de crescimento econômico de 2,44%, inflação de 3,6% e uma taxa Selic média de 13,11%. No entanto, economistas como Lucas Saqueto, da Go Associados, e Marcus Pestana, da Instituição Fiscal Independente (IFI), consideram esses números superestimados e alertam para a fragilidade fiscal do cenário apresentado.

Saqueto destaca que a mediana das expectativas do mercado está abaixo da previsão governamental para o PIB, o que pode comprometer a arrecadação e a meta fiscal. Pestana também enfatiza que a viabilidade do PLOA depende de fatores incertos, como a aprovação de medidas tributárias no Congresso e a alienação de participações em campos de petróleo. O orçamento é considerado extremamente apertado e repleto de incertezas, refletindo a pressão por gastos em um ano eleitoral.

As implicações desse cenário incluem riscos significativos de frustração fiscal, tanto nas receitas quanto nas despesas. O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, expressa preocupações sobre a sustentabilidade do superávit primário diante do aumento dos gastos sociais. A falta de cortes estruturais e a rigidez fiscal podem levar o governo a enfrentar dificuldades em manter o equilíbrio orçamentário necessário para estabilizar a dívida pública.

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