O boto-cor-de-rosa, conhecido também como boto-da-Amazônia, é o maior golfinho de água doce do mundo e um ícone da biodiversidade na região amazônica. Recentemente, uma avaliação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) classificou a espécie como ‘em perigo’, destacando a gravidade da situação. O professor Marcelo Ândrade, da Universidade Federal do Pará, alerta que as pressões ambientais e a caça estão colocando os botos em risco extremo de extinção.
As principais ameaças ao boto-cor-de-rosa incluem a degradação ambiental causada pelo desmatamento e a construção de hidrelétricas, que prejudicam seu deslocamento e reprodução. Além disso, a caça para uso como isca na pesca do piracatinga e práticas turísticas desordenadas agravam a situação. O biólogo Marcelo Derzi Vidal enfatiza que, apesar da legislação existente, a fiscalização é insuficiente para proteger a espécie.
A importância ecológica do boto-cor-de-rosa vai além de sua função como predador nos rios, sendo também um elemento central na mitologia amazônica. Ações de conservação são urgentes e devem envolver as comunidades locais, que podem ajudar a denunciar práticas ilegais e apoiar o ecoturismo responsável. Mobilizações contra o garimpo e novas hidrelétricas são essenciais para garantir a sobrevivência do boto e dos ecossistemas aquáticos que dependem dele.