O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, anunciou no último sábado (30) o reforço da segurança ao redor da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar monitorada por tornozeleira eletrônica. Desde quarta-feira (27), policiais penais do Distrito Federal realizam vigilância contínua na casa, e a nova decisão determina que todos os veículos que saírem da residência sejam vistoriados, incluindo os porta-malas, além de um registro detalhado de motoristas e passageiros.
Além das inspeções, o policiamento presencial será intensificado nas áreas externas da residência, especialmente nas laterais e fundos, onde a cobertura eletrônica apresenta falhas. Moraes ressaltou que a prisão domiciliar é uma medida que, embora menos severa que a prisão preventiva, ainda impõe restrições à liberdade individual e à privacidade do custodiado. Relatórios da Secretaria de Administração Penitenciária do DF indicam que imóveis vizinhos criam “pontos cegos” na vigilância, justificando as novas medidas de segurança.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contrária à presença de policiais dentro da residência, argumentando que não havia uma situação crítica no local e recomendando foco apenas na vigilância externa. Moraes acatou essa orientação e determinou o reforço no monitoramento do entorno sem interferir na intimidade dentro da casa. O aumento da segurança ocorre em meio a investigações sobre suposta obstrução de apuração de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com um julgamento final no STF previsto para 2 de setembro, que avaliará Bolsonaro e outros réus na ação relacionada à tentativa de golpe.


