Os Estados Unidos consolidaram um novo padrão de política econômica, caracterizado por medidas protecionistas e nacionalistas, que se distanciam do modelo liberal das últimas décadas. Tarifas sobre aço, alumínio e produtos chineses, além de subsídios para microchips, estão redefinindo as cadeias globais de suprimento e elevando as pressões inflacionárias. Sob as administrações de Donald Trump e Joe Biden, a prioridade passou a ser a produção nacional e a proteção do mercado interno, com intervenções estatais em setores estratégicos.
O economista Thiago Velloso destaca que o movimento iniciado na primeira administração de Trump se consolidou com Biden, que reforçou incentivos para o retorno de fábricas aos EUA. A política protecionista, segundo Velloso, não é apenas uma resposta conjuntural, mas uma estratégia de longo prazo que visa fortalecer indústrias locais e desestimular importações. O impacto dessas medidas se estende ao comércio internacional, com blocos regionais como o Brics e a União Europeia considerando tarifas retaliatórias em resposta ao aumento do protecionismo norte-americano.
Além disso, a corrida tecnológica entre EUA e China intensifica-se, com os EUA permitindo a venda de chips para o país asiático sob novas condições. A Casa Branca também se tornou acionista da Intel, investindo US$ 10,9 bilhões para estimular a produção doméstica de semicondutores. Essas ações refletem uma guinada estratégica em setores-chave, buscando reduzir a dependência de rivais e garantir segurança econômica em um cenário global cada vez mais protecionista.

