No Sol Nascente, uma das maiores favelas do Brasil, o aroma de alho e cebola refogados marca o início do preparo do almoço na Unidade de Desenvolvimento Social e Humano. À frente das panelas, Valdineia da Conceição Rodrigues, mãe e voluntária, organiza a fila e garante que cada prato servido não apenas alimenta, mas também devolve dignidade aos moradores. “Comida de verdade precisa de tempo, de gente e de política”, afirma Valdineia, ressaltando a importância de refeições preparadas com cuidado.
A cozinha solidária é um espaço onde a comida é proveniente do Banco de Alimentos e de doações de vizinhos e restaurantes parceiros. Além de oferecer refeições nutritivas, o local também serve como um ponto de informação sobre cursos e programas sociais, promovendo cidadania e acolhimento. Luana Santana Araújo, moradora local e mãe solo, destaca como as cozinhas solidárias mudaram sua rotina, proporcionando alívio em momentos de desespero alimentar.
A Estratégia Alimenta Cidades, que em 2024 habilitou 410 cozinhas solidárias em todo o país, é um exemplo de como a política pública pode se transformar em ação concreta nas comunidades. As hortas urbanas e a colaboração entre vizinhos fortalecem a rede de apoio no Sol Nascente, mostrando que a luta contra a fome é coletiva. Com iniciativas como essas, o Brasil busca não apenas sair do Mapa da Fome, mas garantir que essa conquista se torne uma realidade duradoura para todos.