Na última quinta-feira (28), uma megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal focou no esquema bilionário do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. O apresentador César Tralli, em conversa com Natuza Nery no podcast O Assunto, destacou que essa ação é apenas a primeira de várias que estão por vir, afirmando: “Esse estouro da boiada não vai parar por aqui”. Tralli acompanhou investigações sobre a atuação do crime organizado por mais de uma década e revelou detalhes sobre como o PCC se infiltrou até mesmo na Faria Lima, um dos principais centros financeiros do Brasil.
Durante o podcast, Tralli relatou que, desde 2024, empresários do setor de combustíveis têm denunciado ameaças e coações por parte do crime organizado. Segundo ele, cerca de 40% do mercado de álcool e 25% a 30% do mercado de gasolina estão sob controle de grupos criminosos. Os relatos incluem invasões com carros-fortes e ameaças de sequestro, evidenciando a gravidade da situação enfrentada pelos empresários. A investigação ganhou tração após essas denúncias, revelando que além do PCC, outros grupos criminosos também se beneficiam do esquema de adulteração de combustíveis.
Tralli também destacou o papel das fintechs como “buracos negros” para as investigações, onde movimentações financeiras ilícitas ocorrem sem a devida fiscalização. A Receita Federal estima que R$ 52 bilhões foram movimentados por criminosos através dessas empresas nos últimos quatro anos. Após a operação, novas normas foram implementadas para aumentar a fiscalização sobre as fintechs, equiparando-as aos bancos tradicionais. A situação exige atenção redobrada das autoridades para combater a infiltração do crime organizado no setor econômico.