O Ceará, que se destaca como o maior exportador de pescados do Brasil, enfrenta uma crise significativa devido à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Em 2024, o Estado registrou exportações de US$ 93,8 milhões em pescados, com os EUA sendo o principal destino, absorvendo quase 47% desse total. Essa situação gera preocupações sobre o futuro de aproximadamente 32 mil pescadores artesanais cearenses, que já enfrentam dificuldades financeiras e têm renda mensal inferior a R$ 1.045.
A indústria pesqueira do Ceará, embora robusta em termos de exportação, é composta majoritariamente por pequenos pescadores que utilizam embarcações simples e carecem de infraestrutura adequada. Esses trabalhadores, em sua maioria homens com pouca instrução, dependem da venda de seus produtos a intermediários e enfrentam um cenário desafiador com a nova sobretaxa. Especialistas alertam que a tarifa pode resultar em um efeito dominó, impactando não apenas os pescadores, mas toda a cadeia produtiva do setor.
As colônias de pescadores do Ceará estão em alerta e tentam compreender as consequências dessa medida. Com a suspensão da embarcação de contêineres para os EUA já registrada no primeiro dia da tarifa, o futuro da pesca artesanal no Estado se torna incerto. A situação exige atenção das autoridades e um plano de socorro que minimize os impactos sobre os trabalhadores mais vulneráveis da cadeia pesqueira.