Uma investigação sobre descontos indevidos em benefícios previdenciários, que envolvem mais de R$ 6 bilhões, revela um esquema de fraudes que abrange roubo de dados, falsificação de documentos e até ocultação de cadáveres. O advogado Rômulo Saraiva, especialista em Previdência, documentou mais de 400 casos em seu livro "Fraudes no INSS – Casos Práticos de Vazamento de Dados, Engenharia Social e Impactos na Proteção Social", que será lançado nesta quinta-feira (7) em São Paulo.
Entre os golpes mais comuns estão a falsa prova de vida, saques após a morte do beneficiário e a compra de laudos médicos para concessão de benefícios. O levantamento de Saraiva foi fundamentado em operações da Polícia Federal e na CPI da Previdência de 1993, além de ações judiciais de aposentados que buscaram ajuda após serem vítimas de fraudes.
O autor destaca que a tecnologia tem facilitado a exposição de dados dos aposentados, tornando-os alvos mais fáceis para criminosos. Embora seja difícil quantificar as perdas da Previdência, Saraiva menciona que, na década de 90, durante a atuação da Máfia da Previdência, foi estimado que 50% da arrecadação do INSS foi comprometida, com apenas 7% recuperados.
Casos semelhantes de fraudes também foram registrados em outros países, como nos Estados Unidos, onde filhos mantiveram os corpos de seus pais mortos para continuar recebendo benefícios. Essas histórias revelam que a engenharia social e a corrupção não são exclusivas do Brasil, mas um problema global que afeta sistemas previdenciários em diversas nações.