O senador Marcos do Val (Podemos-ES) está no centro de uma controvérsia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impor medidas cautelares contra ele nesta segunda-feira (4). As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, bloqueio de contas bancárias e a destinação de 30% de seu salário para o pagamento de uma multa. O senador, que retornava dos Estados Unidos, já estava proibido de utilizar redes sociais e é investigado por ameaças a autoridades e tentativa de obstrução de investigação relacionada a uma suposta tentativa de golpe em 2022.
A defesa de do Val se manifestou rapidamente, negando qualquer descumprimento das ordens judiciais e afirmando que a viagem ao exterior foi previamente comunicada ao STF e à presidência do Senado. Além disso, a defesa classificou o bloqueio patrimonial como desproporcional, ressaltando que a família do senador depende de seus rendimentos, especialmente para o tratamento de saúde de sua mãe. Especialistas jurídicos comentam que as medidas cautelares aplicadas foram relativamente brandas, considerando a gravidade das acusações.
O caso levanta questões sobre a atuação do STF e suas implicações nas relações entre os poderes Legislativo e Judiciário. A defesa do senador já sinalizou a intenção de recorrer da decisão, com a expectativa de que a multa possa ser revertida. A situação de Marcos do Val destaca as tensões atuais no cenário político brasileiro e a aplicação de medidas cautelares em figuras públicas, com possíveis repercussões para a percepção da justiça no país.