A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) na noite de sexta-feira (1°), onde criticou o Projeto de Lei (PL) 2.159/21, conhecido como PL do Licenciamento. Durante a mesa 'O Lugar da Floresta', a ministra destacou a importância do licenciamento ambiental para a proteção da floresta e expressou preocupação com as mudanças propostas no Congresso, que, segundo ela, podem comprometer as metas de redução de emissão de CO₂ no Brasil.
Marina Silva foi recebida com aplausos em pé no Auditório da Matriz e teve sua fala transmitida ao vivo no Auditório da Praça. Ela enfatizou que o licenciamento ambiental é fundamental para a preservação dos biomas e criticou a possibilidade de que estados e municípios estabeleçam suas próprias regras, afirmando que as leis da natureza não mudam conforme interesses políticos ou econômicos.
A ministra também ressaltou os avanços na redução do desmatamento nos últimos dois anos e meio, mas alertou que a aprovação do PL nas condições atuais pode reverter esses resultados. Marina defendeu que o desenvolvimento econômico pode ocorrer sem a destruição ambiental, citando dados que mostram crescimento do agronegócio e aumento da renda per capita sem a necessidade de desmatamento.
Além de suas críticas ao PL, Marina compartilhou memórias de sua trajetória, destacando a influência da literatura em sua vida, especialmente a literatura de cordel, que a ajudou a desenvolver sua consciência ambiental. Ela concluiu que, para garantir a proteção ambiental, não bastam apenas vetos, mas sim uma nova legislação que substitua as mudanças prejudiciais propostas pelo PL.
