Imagens de drone capturadas neste sábado, 2, mostram uma extensa camada de espuma tóxica cobrindo o Rio Tietê, na região de Salto, interior de São Paulo. O fotógrafo Daniel Santos, responsável pelas imagens, relata que o fenômeno, que se intensifica a cada ano, tem causado desconforto aos moradores e visitantes da área, que reclamam do forte odor e irritações nos olhos e nariz. Santos, que observa a situação há uma década, afirma que a qualidade do rio não melhorou e que a espuma parece estar mais densa neste ano.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) anunciou que intensificou as fiscalizações e aplicou multas a agentes poluidores. O governo paulista também revelou um investimento de R$ 20 bilhões em saneamento até 2029, com o objetivo de conectar 2,2 milhões de domicílios à rede de esgoto. A ambientalista Malu Ribeiro, da Fundação SOS Mata Atlântica, explica que a formação das espumas é resultado da alta concentração de poluentes, especialmente durante a estiagem, e destaca um recente rompimento de rede de esgoto que agravou a situação.
Além disso, Ribeiro critica a Sabesp, responsável pelo saneamento na região, por ter despejado esgoto diretamente no Tietê em uma manobra emergencial. A prática, considerada ilegal desde 1989, compromete os esforços de despoluição do rio. A CETESB já realizou 324 coletas de amostras e 114 vistorias em estações de tratamento e indústrias, resultando em R$ 3,8 milhões em multas a poluidores. O governo paulista continua a trabalhar na limpeza e desassoreamento do Tietê, tendo retirado mais de 3,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos desde o início do ano.