O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, expressou sua perplexidade diante da escalada de ataques direcionados aos membros da corte, especialmente após a recente sanção imposta pelo governo dos Estados Unidos ao colega Alexandre de Moraes. A medida, anunciada na última quarta-feira (30), foi justificada por Washington como uma resposta a uma suposta campanha de censura e detenções arbitrárias liderada por Moraes, que inclui ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A organização Human Rights First, com sede nos EUA, criticou a sanção, afirmando que ela reflete uma busca do governo de Donald Trump pela impunidade de aliados políticos. Segundo a ONG, a decisão parece se basear em uma interpretação contestada de que os brasileiros investigados por ações relacionadas ao ataque de janeiro de 2023 às instituições democráticas estão sendo detidos por exercer liberdade de expressão.
Além disso, a Human Rights First destacou que esta é a primeira aplicação da Lei Magnitsky durante a gestão de Trump, sugerindo que o objetivo da sanção é mais deslegitimar a responsabilização do que promovê-la. A ONG também apontou que o Departamento de Estado dos EUA pode ter violado normas ao divulgar publicamente a sanção contra Moraes, uma vez que decisões sobre vistos são tradicionalmente mantidas em sigilo. Até o fechamento desta matéria, o órgão não havia se manifestado sobre as declarações da organização.