Goiânia – Três das 11 Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) criadas na Câmara Municipal de Goiânia entre 2017 e 2024 foram encerradas sem a apresentação de relatórios finais, revelando falhas nas investigações que visam proteger o interesse público. As CEIs tinham como objetivos investigar irregularidades no pagamento do Bolsa Família, a venda de animais e o serviço prestado pela Enel Distribuição Goiás. A situação se agrava com a resistência do prefeito Sandro Mabel (UB) em permitir a instalação de uma nova CEI para investigar o contrato com o Consórcio Limpa Gyn, responsável pela limpeza urbana da cidade.
O pedido para a nova comissão foi apresentado pelo vereador Cabo Senna (PRD) em 10 de julho, contando com 16 assinaturas de parlamentares da base governista, superando o mínimo necessário de 13. Entretanto, durante o recesso parlamentar iniciado em 14 de julho, Mabel e seus auxiliares tentaram convencer vereadores a retirar seus nomes do requerimento, buscando inviabilizar a investigação.
O líder do prefeito na Câmara, Igor Franco (MDB), que também assinou o requerimento, descartou qualquer possibilidade de recuo, alertando que a retirada de assinaturas poderia permitir que a oposição assumisse a liderança da investigação. Franco ainda mencionou que outras duas CEIs estão próximas de serem formadas, o que poderia desencadear uma série de investigações que ameaçariam a estabilidade da gestão municipal. A falta de resultados concretos em investigações anteriores, como a da Enel, levanta preocupações sobre a eficácia das CEIs na Câmara de Goiânia.