O governo dos Estados Unidos anunciou hoje a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, com início em sete dias. A medida, divulgada por meio de uma Ordem Executiva, inclui uma lista de exceções que abrange cerca de 35% do total das exportações do Brasil para os EUA, segundo estimativas da XP. Entre os produtos isentos estão petróleo, ferro e aço, que representam uma parte significativa do comércio bilateral.
A tabela de isenções revela que produtos como petróleo e derivados, que compõem 18,85% das exportações brasileiras, estão totalmente isentos da nova tarifa. Em contrapartida, a maioria dos produtos manufaturados, incluindo carne e máquinas, permanecerá sujeita à taxa de 50%. A XP projeta que as exportações brasileiras para os EUA poderão ser reduzidas em aproximadamente US$ 4 bilhões até 2025 devido ao desvio de comércio.
A equipe macroeconômica da XP estima que o impacto sobre o crescimento do PIB brasileiro será de cerca de 15 pontos-base em 2025, um cenário menos severo do que o inicialmente previsto. Além disso, o efeito sobre a inflação ao consumidor deve ser leve e temporário, com a possibilidade de deflação em alguns produtos, como frutas. A XP também não descarta a possibilidade de negociações comerciais entre Brasil e EUA nos próximos dias, uma vez que as tarifas não têm efeito imediato.
A nova política tarifária americana poderá afetar a dinâmica do comércio entre os dois países, mas as isenções apresentadas podem mitigar os impactos econômicos mais severos. O governo brasileiro deverá acompanhar de perto as negociações e as reações do mercado nos próximos dias.
