Os Estados Unidos anunciaram novos acordos comerciais com potências econômicas, incluindo a União Europeia, Japão, Reino Unido, Indonésia, Vietnã e Filipinas, que foram marcados por assimetrias nas condições impostas. Enquanto Washington elevou as tarifas de importação entre 10% e 20%, os países parceiros optaram por não retaliar com tarifas recíprocas. Os acordos, firmados desde o início da guerra comercial em abril, visam abrir ainda mais os mercados para produtos estadunidenses e aumentar os investimentos e compras dos EUA em valores que podem chegar a dezenas de bilhões de dólares.
O professor Nildo Ouriques, da Universidade Federal de Santa Catarina, considera esses acordos vitórias significativas para o presidente Donald Trump. Segundo ele, as tarifas elevadas são uma estratégia para proteger a indústria americana diante da concorrência com a China, permitindo que as multinacionais retornem a operar nos EUA. O acordo com a União Europeia, anunciado no último domingo, estabelece tarifas de 15% para a maioria dos produtos, abaixo dos 30% inicialmente propostos, enquanto a Europa se compromete a zerar tarifas para produtos estadunidenses e investir US$ 600 bilhões nos EUA.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou o acordo, afirmando que ele evita a escalada da guerra comercial e traz previsibilidade para as empresas europeias. No entanto, a reação na Europa foi mista, com críticas, especialmente da França, onde o primeiro-ministro François Bayrou descreveu o acordo como um "dia sombrio" para a aliança europeia. Especialistas apontam que a Europa cedeu às pressões dos EUA, com analistas comparando o tratado a acordos desiguais do século 19, onde a Europa se posiciona como a parte vulnerável.