O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (2.jun.2025) que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deve ser utilizado como instrumento de arrecadação ou política monetária. A declaração foi feita durante evento do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo. Galípolo destacou que o imposto pode servir como ferramenta regulatória, especialmente no crédito, mas ressaltou a necessidade de atenção ao nível da alíquota.
O Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, anunciou em 22 de maio mudanças nas alíquotas do IOF para aumentar a arrecadação, medida que gerou descontentamento no Congresso e no mercado. Galípolo já havia manifestado discordância com a proposta, afirmando que “não gostava da ideia”. Nesta segunda, ele declarou que o BC aguardará o desenho definitivo do imposto antes de incorporar seus efeitos nas projeções, evitando alimentar a volatilidade.
Galípolo também enfatizou a importância da comunicação clara em momentos de incerteza, citando ruídos como fake news que afetaram o BC. Ele elogiou a decisão de Haddad em recuar parcialmente da medida e defendeu maior esclarecimento sobre as atribuições das instituições. O ministro da Fazenda se reúne nesta noite com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir o tema.