A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu a fase de depoimentos das testemunhas indicadas pelas defesas dos acusados do chamado núcleo central da tentativa de golpe de Estado. A última testemunha a depor foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Jair Bolsonaro. Marinho foi indicado pelas defesas do ex-presidente e do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
Em seu depoimento, o senador negou que Bolsonaro tenha sinalizado qualquer intenção de promover um golpe de Estado após as eleições de 2022. Marinho afirmou que o ex-presidente demonstrou preocupação em garantir a civilidade durante a transição de poder. ‘Vi o presidente preocupado que não houvesse, por exemplo, bloqueio de rodovias, que não houvesse impedimento do direito de ir e vir das pessoas’, declarou. O senador também disse que Braga Netto nunca mencionou ruptura institucional em encontros que tiveram.
Com o fim dos depoimentos, a Primeira Turma do STF dará início aos interrogatórios dos oito réus do processo, marcados para começar na próxima segunda-feira (9). O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, delator do caso. Os demais, incluindo Bolsonaro, serão interrogados em ordem alfabética. Os depoimentos serão presenciais, e os acusados terão direito a permanecer em silêncio.