A inflação anual na zona do euro desacelerou para 1,9% em maio, ficando abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). O resultado, inferior às expectativas de 2%, foi impulsionado pela queda nos preços de energia e pela desaceleração nos custos de serviços, que recuaram para 3,2%, ante 4,0% no mês anterior, segundo dados da Eurostat. A inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também caiu, passando de 2,7% para 2,3%.
Analistas apontam que o cenário reforça as expectativas de um novo corte de juros pelo BCE nesta semana, após sete reduções desde junho do ano passado. Fatores como crescimento moderado de salários, preços baixos de energia e crescimento econômico fraco pressionam a inflação para baixo. ‘Dada a perspectiva desinflacionária, especialmente no setor de serviços, o corte de juros parece uma aposta fácil’, afirmou Riccardo Marcelli Fabiani, da Oxford Economics.
No entanto, o BCE enfrenta um dilema, já que as pressões inflacionárias de longo prazo podem aumentar devido a tensões comerciais globais. Investidores projetam que o banco central reduza os juros para 2% em junho, com possibilidade de mais um corte até o fim do ano. Alguns economistas, como Bert Colijn, do ING, alertam que a inflação pode permanecer abaixo da meta até 2026, o que pode levar a novas medidas de estímulo monetário.