O Banco da Inglaterra (BoE) deve continuar reduzindo as taxas de juros, mas a incerteza econômica global dificulta prever a velocidade e a extensão desses cortes, afirmou o presidente do banco central, Andrew Bailey, em audiência no Parlamento britânico nesta terça-feira (3). A instituição reduziu sua taxa básica para 4,25% no mês passado, mas adotou postura mais cautelosa que outros bancos centrais europeus devido à inflação elevada.
Bailey citou a turbulência na economia mundial, impulsionada pela política tarifária do ex-presidente dos EUA Donald Trump, como principal fator de incerteza. ‘Isso tende a aumentar os atrasos nas decisões de investimento. Investir é uma decisão irreversível, então o apelo da espera aumenta’, explicou. O impacto das tarifas sobre os preços, segundo ele, ainda é ambíguo, com divergências entre os dirigentes sobre possíveis efeitos deflacionários ou inflacionários.
Durante a audiência, a diretora Swati Dhingra defendeu cortes mais acentuados nas taxas, argumentando que o fraco consumo e o mercado de trabalho flexível favorecem o retorno da inflação à meta de 2%. Já Catherine Mann, outra integrante do comitê, alertou para a necessidade de vigilância contra a inflação, defendendo uma abordagem ‘ousada e agressiva’ para manter a estabilidade de preços.