O Quilombo Jauary, localizado no município de Oriximiná, no Pará, é um exemplo de preservação ambiental e manejo sustentável da terra. Com 13 comunidades e uma das primeiras titulações coletivas do Brasil, o território mantém práticas ancestrais, como roçados rotativos, que evitam o desmatamento e garantem segurança alimentar. Além disso, os moradores protegem nascentes e conservam a biodiversidade, incluindo espécies como castanha-do-Pará, cumaru e seringueira, essenciais para sua subsistência e cultura.
Apesar da resistência histórica e da conquista do título de terra em 1995, o quilombo enfrenta pressões externas, como projetos de hidrelétricas e invasões de garimpeiros, que ameaçam seu modo de vida e o meio ambiente. Lideranças locais relatam perseguições e medo, mas reforçam o compromisso de continuar defendendo o território. A comunidade, que já resistiu por mais de 200 anos, vê a floresta como fonte de sustento e identidade, mantendo práticas tradicionais aprendidas em parceria com povos indígenas.
O Quilombo Jauary representa não apenas um espaço de memória, mas também um modelo de justiça climática, mostrando como comunidades tradicionais são fundamentais na proteção ambiental. Sua luta pela terra é tanto uma reparação histórica quanto uma estratégia de sobrevivência diante das mudanças climáticas. A história do quilombo reflete a resistência contínua dessas comunidades, que buscam garantir seus direitos e preservar seu legado para as futuras gerações.