Um relatório do projeto D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação revela que, entre 2001 e 2024, ocorreram 42 ataques de violência extrema em escolas brasileiras, sendo 64,2% deles concentrados nos últimos três anos. O estudo, atualizado com dados de 2024, aponta que armas de fogo e facas foram os instrumentos mais utilizados, resultando em 44 mortes e 113 feridos. Apesar da redução de casos em 2024, especialistas destacam que medidas preventivas ainda são insuficientes para combater as causas profundas do problema.
A pesquisa indica uma mudança no perfil dos ataques, com maior influência de discursos niilistas e extremistas disseminados online, especialmente entre jovens do sexo masculino. A maioria dos episódios ocorreu em escolas de nível socioeconômico médio a alto, com São Paulo liderando o número de casos. Entre os fatores que contribuíram para o aumento da violência estão os impactos da pandemia, a exposição a conteúdos violentos na internet e a fragilidade das redes de apoio psicossocial.
Como medidas preventivas, o estudo recomenda a regulação de plataformas digitais, o fortalecimento de serviços psicológicos nas escolas e a implementação de políticas de letramento racial e de gênero. Especialistas alertam que, embora ações de contenção tenham evitado ataques iminentes, é necessário abordar as raízes do problema, como a radicalização online e a construção de masculinidades violentas, para reduzir efetivamente os riscos.