Parlamentares mulheres dos países do BRICS expressaram preocupação com os riscos de que ferramentas de inteligência artificial (IA) ampliem as desigualdades de gênero, mesmo reconhecendo seu potencial transformador. Durante a primeira reunião dedicada ao tema, destacou-se que a baixa representação feminina no desenvolvimento tecnológico pode perpetuar vieses em algoritmos e ameaçar setores com alta participação de mulheres, como serviços e educação. Foi defendida a necessidade de uma governança digital inclusiva e de marcos legais que assegurem o respeito aos direitos humanos no uso da IA.
Representantes de diferentes países compartilharam experiências nacionais sobre inclusão feminina no setor tecnológico. Parlamentares dos Emirados Árabes Unidos e da China citaram avanços, como a liderança feminina em áreas estratégicas e a participação significativa de mulheres no empreendedorismo digital. No Brasil, foi destacada a importância de medidas legislativas para combater crimes digitais contra mulheres, como a Lei 15.123/25, que prevê punições mais severas para violência psicológica mediada por IA.
Além da tecnologia, as participantes abordaram os impactos desproporcionais das mudanças climáticas sobre as mulheres, defendendo sua maior participação na formulação de políticas de adaptação e mitigação. A reunião reforçou a importância de um BRICS que valorize a pluralidade de experiências femininas e promova justiça social e ambiental no século 21.