Um projeto desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado (Fapesc), está revolucionando o estudo da gripe aviária. Pesquisadores criaram organoides que simulam o trato respiratório de aves, permitindo analisar o vírus H5N1 em laboratório sem a necessidade de infectar animais vivos. A tecnologia, inédita no Brasil, oferece um método mais seguro, barato e eficiente para entender a doença e desenvolver soluções.
A iniciativa ganhou destaque após a confirmação de casos de gripe aviária no Rio Grande do Sul, reforçando a importância de investimentos em prevenção e inovação. Os organoides, estruturas tridimensionais que imitam órgãos reais, permitem testar medicamentos e observar reações em tempo real, algo difícil de alcançar com métodos tradicionais. Além disso, a técnica reduz a dependência de laboratórios de alta biossegurança, escassos no país, e evita o sacrifício de aves em pesquisas.
Financiado pelo maior edital da história da Fapesc, o projeto tem potencial para impactar não apenas a saúde animal, mas também a economia, evitando prejuízos causados por surtos da doença. A próxima fase inclui parcerias com o Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz, para testar o vírus H5N1 nos organoides. A expectativa é que a tecnologia também possa ser aplicada no estudo de outras doenças respiratórias em aves, fortalecendo a agroindústria catarinense.