A Fundação do Câncer, em parceria com diversas instituições de saúde, lançou a campanha “Bonito por fora, tóxico por dentro” para conscientizar jovens sobre os perigos dos cigarros eletrônicos. A iniciativa, alinhada ao Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), busca desmascarar a imagem moderna e inofensiva atribuída aos vapes, destacando riscos como dependência em nicotina, doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer. Dados do Ministério da Saúde revelam que 70% dos usuários têm entre 15 e 24 anos, e pesquisas mostram que a maioria não abandona o cigarro convencional, contrariando o argumento da indústria.
A campanha inclui ações interativas, como a “Roleta que dá a real”, realizada em locais de grande circulação juvenil, como a Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Promotores distribuem brindes acompanhados de informações sobre os riscos reais dos vapes, usando linguagem acessível para engajar o público. Além disso, a mobilização conta com peças em redes sociais, terminais de ônibus e uma carta-manifesto assinada por 56 organizações, pedindo a manutenção da proibição desses dispositivos no Brasil.
A comercialização de cigarros eletrônicos é proibida no país desde 2009, mas especialistas alertam para falhas na fiscalização e a aceitação social do produto contrabandeado. Pesquisadores destacam que, embora o consumo no Brasil seja menor do que em países onde o vape é legalizado, a liberação poderia levar a um aumento exponencial do uso, especialmente entre jovens. Um estudo recente do Inca revelou que, para cada R$ 1 de lucro da indústria do tabaco, o governo gasta R$ 5 com doenças relacionadas ao fumo, reforçando o custo social desses produtos.