Há quase 30 anos, uma tragédia aérea sobre a cidade indiana de Charkhi Dadri resultou na morte de 349 pessoas, tornando-se a pior colisão entre aeronaves da história. O acidente envolveu um Boeing 747 da Saudia Airlines e um Ilyushin Il-76 da Kazakhstan Airlines, que colidiram em um estreito corredor aéreo próximo a Nova Déli. A investigação revelou que uma sequência de falhas de comunicação, limitações técnicas e erros operacionais culminaram no desastre, incluindo a falta de proficiência em inglês da tripulação do Ilyushin e a ausência de sistemas modernos de controle de tráfego aéreo.
O relatório oficial destacou que o espaço aéreo indiano na época era inadequado para o volume de tráfego, com radares primários que não forneciam dados precisos de altitude. Os controladores dependiam de informações verbais das tripulações, anotadas manualmente em fitas de papel. Além disso, o Ilyushin apresentava deficiências de design, como a falta de um altímetro no painel do operador de rádio e a ausência de um piloto automático com trava de altitude. A confusão nas comunicações levou a aeronave cazaque a descer para uma altitude perigosa, colocando-a em rota de colisão com o Boeing.
As lições do acidente impulsionaram mudanças globais na aviação, como a adoção obrigatória do Sistema Anticolisão de Tráfego (TCAS) e a revisão dos padrões de proficiência em inglês para tripulações. A Índia também modernizou seu espaço aéreo, expandindo rotas civis e instalando radares secundários. O controle de tráfego aéreo hoje é mais seguro, mas o desastre de Charkhi Dadri permanece como um marco sombrio na história da aviação, lembrando a importância de protocolos rigorosos e tecnologia confiável.