Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em parceria com outras instituições brasileiras, criaram uma tecnologia inovadora para proteger lavouras em situações de estresse ambiental, como secas ou condições climáticas adversas. O estudo focou no óxido nítrico, molécula naturalmente presente nas plantas e responsável por regular seu crescimento e defesa. Para superar a rápida degradação da substância, os cientistas encapsularam-na em nanopartículas, aumentando sua eficiência e permitindo uma liberação controlada.
A tecnologia demonstrou resultados promissores, especialmente no cultivo de milho, onde as plantas tratadas apresentaram crescimento mais uniforme e maior capacidade de absorver água mesmo em solos secos. Segundo os pesquisadores, isso ocorre porque as nanopartículas estimulam o desenvolvimento radicular, permitindo que as raízes explorem melhor o solo. Esses avanços podem significar um aumento na produtividade, reduzindo perdas agrícolas causadas por eventos climáticos extremos.
Dados da Confederação Nacional de Municípios revelam que, entre 2013 e 2022, secas foram responsáveis por 87% dos prejuízos no agronegócio brasileiro, totalizando mais de R$ 287 bilhões. A nova tecnologia, desenvolvida em colaboração com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia (INTC), está em fase de validação em campo e pode se tornar uma ferramenta crucial para a agricultura sustentável. O próximo passo é expandir os testes para outras culturas, visando garantir segurança alimentar e resiliência climática.