O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou um pedido sindical e proibiu os Correios de suspender as férias dos trabalhadores marcadas para junho de 2025. A decisão, publicada no sábado (31), estabelece uma multa diária de R$ 1 mil por funcionário afetado e dá um prazo de cinco dias para a empresa justificar a medida. A juíza destacou que, embora a empresa tenha poder de direção, a suspensão unilateral de férias exige justificativa clara, já que os trabalhadores já haviam se programado para usufruir do direito.
A suspensão das férias fazia parte de um plano estratégico divulgado em maio, que visava reduzir os prejuízos de R$ 2,6 bilhões registrados em 2024. Além dessa medida, a proposta incluía cortes de 20% no orçamento de funções comissionadas, incentivo à redução de jornada e o retorno ao trabalho presencial. Os Correios enfrentam uma crise financeira, com prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, o pior resultado desde 2017.
Paralelamente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão das operações aéreas dos Correios a partir da próxima quarta-feira (4) devido ao descumprimento de normas sobre transporte de produtos perigosos. O caso ganhou destaque após um incidente em novembro de 2024, quando um avião da empresa precisou fazer um pouso de emergência em Guarulhos devido a um incêndio. Em nota, os Correios afirmaram que estão trabalhando para regularizar a situação e cumprir a legislação vigente.