Uma vertente conservadora da Igreja Ortodoxa Russa está ganhando adeptos entre jovens americanos, especialmente homens descontentes com a modernidade ocidental. No Texas, congregações como a do padre Moses McPherson triplicaram de tamanho em 18 meses, atraindo convertidos que buscam uma fé mais tradicional e valores considerados “masculinos”. Muitos desses novos fiéis criticam a cultura contemporânea, defendendo papéis de gênero mais rígidos e a educação domiciliar para evitar influências progressistas.
A pandemia de covid-19 e a crise de identidade masculina nos EUA parecem ser fatores-chave nesse movimento. Dados indicam que 64% dos convertidos à ortodoxia são homens, muitos deles atraídos por discursos que rejeitam o que veem como uma sociedade “feminilizada”. Plataformas digitais, como podcasts e vídeos, amplificam essa mensagem, com clérigos e influenciadores defendendo famílias numerosas, vida disciplinada e rejeição ao liberalismo ocidental.
A conexão com a Rússia também chama atenção, com alguns convertidos enxergando o país como um bastião do cristianismo tradicional. Embora líderes religiosos ortodoxos minimizem o apoio explícito à guerra na Ucrânia, a admiração por figuras como Vladimir Putin e o patriarca Kirill divide opiniões. Para muitos desses novos fiéis, no entanto, a ortodoxia representa menos uma posição política e mais um refúgio espiritual em tempos de incerteza.