Novos dados revelam um aumento alarmante de acidentes envolvendo motociclistas no Brasil, com sete mortes por dia registradas em 2024. Em 71% dos municípios, os acidentes de trânsito já matam mais do que armas de fogo, sendo as motos responsáveis por mais de 60% das vítimas. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, jovens entre 20 e 39 anos são os mais afetados, e as consequências incluem não apenas óbitos, mas também lesões permanentes e custos elevados para o SUS, que ultrapassaram R$ 257 milhões apenas este ano.
As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maioria dos casos, com hospitais de referência atendendo dezenas de pacientes semanalmente. Em São Paulo, a suspensão dos mototáxis por aplicativo após um acidente fatal reacendeu o debate sobre a segurança no trânsito. Muitos motociclistas, dependentes da atividade para sobreviver, relatam retornar às ruas mesmo após acidentes graves, devido à falta de alternativas de renda.
Especialistas defendem campanhas educativas e maior conscientização no uso das vias, inspiradas em iniciativas como a Lei Seca. O Ministério da Saúde destacou a importância de ações integradas, incluindo sinalização adequada e planejamento urbano, para reduzir os acidentes. Enquanto isso, o custo humano e financeiro continua a crescer, pressionando autoridades a encontrar soluções que equilibrem segurança e sustento de milhares de trabalhadores.