Pesquisadores do Instituto Geoglifos da Amazônia anunciaram a descoberta de geoglifos monumentais no município de Boca do Acre, no sul do Amazonas. As estruturas, identificadas durante uma expedição aérea entre os dias 4 e 10 de maio, incluem figuras geométricas como círculos, quadrados e retângulos, com até mil metros de extensão. Escavadas no solo entre 1.000 a.C. e 1.000 d.C., as valas podem atingir seis metros de profundidade e cinco metros de largura, indicando uma ocupação humana mais complexa do que se imaginava na região.
A descoberta foi possível graças ao uso da tecnologia LIDAR, que mapeia o relevo mesmo sob a densa vegetação amazônica. O projeto “Desvelando o passado profundo” já mapeou 124 possíveis sítios arqueológicos no estado, reforçando a importância da região para estudos sobre povos ancestrais. A equipe, que partiu de Porto Velho (RO), enfrentou longas jornadas para registrar as imagens inéditas, incluindo madrugadas intensas de trabalho.
O Instituto planeja ações de educação patrimonial nas escolas locais, com o objetivo de incluir as novas imagens em materiais didáticos. Enquanto o Acre já tem um geoglifo tombado pelo IPHAN, os pesquisadores buscam reconhecimento semelhante para essas estruturas, destacando a necessidade de preservar a memória ancestral sob as florestas da Amazônia. A descoberta abre novas perspectivas sobre a história e a ocupação humana na região, antes subestimada pela arqueologia tradicional.