O presidente de El Salvador afirmou que não se importa de ser chamado de “ditador” após críticas relacionadas a detenções de ativistas e ações contra organizações não governamentais (ONGs). Em discurso durante celebração do primeiro ano de seu segundo mandato, ele justificou suas medidas como necessárias para combater a violência no país, destacando a redução histórica nos índices criminais graças a um regime de exceção que permite prisões em massa sem ordem judicial. O governante acusou ONGs de defender gangues e criticou organismos internacionais e a imprensa por, segundo ele, promoverem um “ataque organizado” contra seu governo.
As detenções de defensores de direitos humanos, incluindo uma advogada que investigava casos de corrupção, geraram reações de entidades locais e internacionais, que denunciam uma estratégia para silenciar vozes críticas. O governo também enfrenta questionamentos pela deportação de centenas de venezuelanos e salvadorenhos, acusados sem provas de crimes, e pela implementação de uma lei que impõe restrições e taxas a ONGs recebendo recursos estrangeiros. Organizações humanitárias alertam para abusos, incluindo mortes sob custódia e prisões arbitrárias.
O mandatário defendeu suas políticas como essenciais para a segurança nacional, citando décadas de violência atribuídas a gangues. Ele criticou ainda congressistas estrangeiros que visitaram o país para interceder por deportados, afirmando que sua administração não cederá a pressões externas. A reeleição do presidente, considerada inconstitucional por opositores, tem sido marcada por acusações de autoritarismo, enquanto ele mantém amplo apoio popular devido à queda na criminalidade.