O candidato conservador Karol Nawrocki venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Polônia com 50,89% dos votos, contra 49,11% do liberal Rafal Trzaskowski, segundo a apuração final. A diferença de 1,78% reflete a polarização no país, com Nawrocki sendo apoiado pelo partido Lei e Justiça (PiS) e Trzaskowski pela coalizão governamental do primeiro-ministro Donald Tusk. A participação eleitoral atingiu 71,63%, a mais alta já registrada em uma eleição presidencial polonesa, indicando o alto engajamento do eleitorado em um pleito marcado por disputa acirrada.
A vitória de Nawrocki representa um revés para o governo liberal, que buscava avançar reformas como a liberalização do aborto e maior integração com a União Europeia. O resultado sugere a continuidade de políticas alinhadas ao atual presidente, Andrzej Duda, conhecido por vetar iniciativas progressistas. Analistas apontam que a gestão do governo enfrentará dificuldades para implementar sua agenda, com possíveis bloqueios por parte do novo presidente, que assume em agosto.
O pleito destacou a divisão política na Polônia, entre uma vertente pró-Europa e outra conservadora, refletida na mínima diferença entre os candidatos. Nawrocki, ex-boxeador e crítico de políticas migratórias e da integração ucraniana à Otan, promete manter posturas duras em temas sensíveis. A eleição reforça a complexidade do cenário político polonês, onde duas visões distintas disputam espaço em meio a um equilíbrio de poder delicado.